Obituário

Falecimentos de Santa Maria e região


Foto: Jean Pimentel

José Luiz Coden

Filho de Alfredo Coden e Laurinda Luiza Moro Coden, José Luiz Coden nasceu e cresceu em Santa Maria. No bairro do Rosário, passou uma infância de muita proximidade familiar e trabalho. Quando podia, ele auxiliava o pai na carpintaria.

Dedicado e inteligente, Coden estudou no Educandário São Vicente de Paula, na Escola Euclides da Cunha, no Colégio Cícero Barreto e na Escola Manoel Ribas. Mais tarde, realizou seu maior sonho: ser engenheiro civil, pela Universidade Federal de Santa Maria no ano de 1980.

Seu primeiro escritório foi montado em uma garagem, na Rua Vale Machado. Assim que o primeiro cliente entrou e fechou o projeto, Coden percebeu que havia escolhido a profissão certa e que suas experiências durante o estágio com o Engenheiro Pedro Saurin seriam muito úteis. Tempos depois, mudou-se para Santiago, onde se casou com Janice Zambarda Moraes. Desta união, veio o primogênito Leandro e mais tarde, o neto João Pedro. Paralelo a carreira como engenheiro, abriu um trailer de lanches na cidade.

Quando se separou, Coden resolveu retornar para Santa Maria, investindo não apenas em sua profissão, mas em uma paixão antiga: o futebol. Com muito trabalho e dedicação, tornou-se presidente do Riograndense Futebol Clube quatro vezes. Em 1986, na sede do clube, Coden conheceu sua segunda esposa, Aldenice Munhoz Silva. Desta união de 34 anos, vieram os filhos Marcus Vinicius e Marjorie Aparecida.

Entre momentos em família e futebol, Coden dava passado rumo a política. Em 1992, conseguiu se eleger como vereador. No final do mandato, em 1996, chegou a presidir a Câmara dos Vereadores de Santa Maria. Em 2017, o Diário de Santa Maria publicou uma entrevista, na qual com muito orgulho, José Luiz conversou sobre adversidades, vitórias e memórias de uma vida bem vivida.

Para o arquiteto Marcus Coden, 33 anos, que se sente sortudo por contar a história do pai, ficam apenas lembranças boas.

-Jamais esquecerei de tudo o que ele me ensinou, desde caminhar, a falar e muito mais. Gol foi minha primeira palavra, após ouvi-lo comemorar um gol do Grêmio. Ele foi uma figura extraclasse e de um coração imenso - afirma o filho.

José Luiz Coden morreu em 5 de maio de 2021, aos 63 anos, em decorrência de complicações pós Covid-19. O engenheiro civil foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério Ecumênico.


Foto: Arquivo pessoal

Vanda Maria Tolentino de Pires

Filha de Reci Mauro Alves Tolentino e Terezinha Ferreira Tolentino, Vanda Maria Tolentino de Pires nasceu em Curitiba - PR. Sua irmã gêmea Rita de Cássia não sobreviveu ao parto. Apesar da dor, a família arrumou tudo e veio para Santa Maria. Vanda Maria tinha apenas seis meses de idade.

A servidora pública, Carmen Tolentino do Nascimento, 64 anos, descreve a irmã durante a infância:

- Ela era bem miudinha, inteligente e arteira. Gostava muito de jogos, mas não admitia perder - comenta.

Vanda estudou nas escolas de ensino básico, Cícero Barreto e fundamental, Nossa Senhora da Providência. Durante a adolescência, tornou-se mais vaidosa. Gostava de frequentar o Clube Treze de Maio, com os cabelos sempre bem tratados, unhas pintadas com esmalte vermelho rubi, que combinavam perfeitamente com os olhos de íris verdes e vestidos longos, especialmente em dias de festa.

Amar a si mesma não a impediu de cuidar e auxiliar outras pessoas. A confeiteira Denize Tolentino da Silva, 54 anos, comenta que a irmã sempre foi prestativa e estava pronta para ajudar.

Quando tinha 17 anos, Vanda conheceu Marçal Pires de Pires. Desta união, de mais de 38 anos, vieram Karen e mais tarde, a neta Luana Dandara. A maternidade a levou a uma nova etapa da vida, na qual se tornará mais caseira e não gostava mais de cores tão chamativas. O amor pelo vermelho se justificava, por conta do time favorito: Sport Club Internacional.

Nos anos 1990, Vanda tentou dar continuidade ao curso de técnico de Enfermagem e mais tarde, a faculdade de História. Mas, não conseguiu. Sem desistir, passou a estimular a filha a estudar e ter uma vida melhor.

Para a doutoranda em Educação, Karen Tolentino, 35 anos, a imagem de uma mulher, mãe e avó fortes ficará eternamente em sua memória.

- Ela era a mulher preta que fez de tudo para que a filha conseguisse, o que devido ao sistema racista e sexista, ela não conseguiu. Nesse sentido, sinto que a sororidade, a irmandade, o feminismo, o amor e a luta foram os maiores legados que ela deixou - afirma.

Vanda Maria Tolentino de Pires morreu em 9 de maio de 2021, aos 62 anos, por complicações da leucemia. A dona de casa foi sepultada no dia seguinte, no Cemitério Ecumênico.

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